quinta-feira, 6 de outubro de 2016

a folha


















a folha permanece pousada na borda do frasco, com o caule e as poucas raízes que lhe nasceram, desoladamente mergulhados na água. é com o coração apertado que reparo que a folha da violeta morre. sei bem que naquele estado, mesmo que a plante, ela morrerá. 

parti-a do vaso, por descuido. e como sempre faço, coloquei-a num pequeno frasco com água para que criasse raízes para poder plantá-la e fazê-la florir outra vez. está ali há alguns meses, na luta para ser violeta, e agora desiste. irá novamente para a terra e será alimento de outras plantas. como tudo.

não consigo evitar uma tristeza funda, e só aqui o digo. lembro-me do gato da minha amiga, que morre lentamente, do marido que aguarda um segundo fígado, e não noto diferença no meu modo de estar triste. lembrava-me hoje, depois de falar contigo, que tudo somos o mesmo, e não encontro melhor forma gramatical de o dizer, nem outras palavras para explicar.













12 comentários:

  1. Comungamos de tudo, somos natureza.

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  2. querida ana, a violeta talvez tenha escolhido o colo da terra. deixa-a ir (talvez ela depois volte)
    :-)

    O que tu foste escolher para imagem! os meus queridos fractais e, se não me engano, esse é o famoso conjunto de Mandelbrot. (mas se calhar engano-me) sabes que em tempos idos eu era fascinada por essas construções, pela abundância que têm na natureza (embora essa aí seja feita em computador) e pela possível aplicação em áreas como a medicina... :-) (até me meti a trabalhar com médicos e tudo...por causa dos fractais)

    um abraço todo apertadinho. pela violeta. e por tudo o que entristece a vida.

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  3. a tristeza é una; somos todos folhas da mesma tristeza.
    é verdade, ana

    Tem uma boa noite

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  4. é verdade Luísa, 'farinha do mesmo saco' :)

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  5. bom dia Susana!
    não, não te enganas. e esse levou-me a estes .
    um abraço também para ti, com o fresquinho da manhã :)

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  6. tu entendes, Teresa, és dos quatro elementos :)
    um bom dia para ti.

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  7. Não se entristeça assim...eu, se o fizer, serei igual à folha que se vai. No fundo é o caminho mais fácil, deixar-me ir, e às vezes apetece-me. Mas noutras, é também à própria natureza que vou buscar a força. E a todas as pessoas que resistem, à Ana também, com sua vida de trabalho constante e os seus três rapazes em casa.
    ~CC~

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  8. CC, a maioria das folhas partidas, tornaram-se flores mais tarde. Costumo dizer que todos temos direito ao cansaço, a desistir, até. Mas é para caminhar que cá estamos e nem nascer é fácil :), e a natureza, sem dúvida, tem as respostas todas que precisamos. Acredito nisso.
    (penso muito em si)

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  9. desculpa, Laura. talvez não devesse ter escrito o que escrevi...

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  10. Lição sobre violetas: As folhas de violetas devem ser colocadas directamente em terra e não em água. As violetas são sensíveis à água e tendem a apodrecer. O melhor é usar um vaso de barro pequeno cheio de terra e lá espetar o pecíolo com 3 cm de comprimento. A folha deve tocar a terra. O ideal é cobrir o vaso com um saco plástico ou um fundo de uma garrafa pet... de água ou sumo, e assim que as primeiras mini-folhas surgirem, retirar e deixar ao ar :)

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  11. pois é, Manuel...obrigada!!!! mas aqui funciona tudo ao contrário. tu sabes...:)

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