domingo, 25 de setembro de 2016

soltas























o pardal parece ainda ter a penugem por baixo das penas. aparece-me aqui sempre todo despenteado e reconheço-o. ele também me reconhece e não foge. 

os meus pés fervem e passeio-me com eles nus no chão. reconheço, sem olhar, a frescura da tijoleira na cozinha, o aconchego da madeira na sala, o calor da carpete, e escolho a cozinha.

na televisão um cozinheiro holandês cozinha bombas calóricas, com a expressão no rosto de quem é feliz com o que lhe sai das mãos. é igualzinho aos cozinheiros suecos dos marretas.

mentalmente revejo o que me desagradou nos últimos dias e tento perceber o que me espelha. o que de mim há, naquilo que me embrulhou as entranhas. 

fazes-me falta. é disso que se trata. o pardal sou eu.













8 comentários:

  1. sempre que posso, trago os pés despidos :)

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  2. é que eu adoro :) desde de pequena, quer seja verão quer seja inverno :)

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  3. deve ser isso que eu gosto em ti :) ahaha ...

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  4. eu nunca caminho descalça (exceto na praia), não gosto de sentir o chão frio, memso o de madeira é frio, porque desato a espirrar, seja verão ou inverno. (ainda gostas de mim, ana?)

    :-)

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  5. eu gosto de fechar os olhos e caminhar descalça, vendo o que piso com a planta dos pés.
    (gosto muito de ti, Susana)

    aqui está sol e morno e vento. espero que tenhas um dia bom :)

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  6. é bom andar descalço, mesmo que todos os objectos se sintam atraídos pelos meus pés ;)

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  7. objectos com bom gosto, certamente :)

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