sábado, 24 de setembro de 2016

a chuva e o vento cairam do céu











abro a porta da varanda para ouvir a chuva que cai torrencialmente, e o vento nas árvores aqui ao lado. 
dizem-me que não tenho falado com elas e perguntam-me se perdi a arte de moldar o tempo. o vento fala-me da saudade de mim, e a chuva recorda-me o riso e a carícia ao recebê-la no rosto.
na verdade, tenho andada esquecida da sabedoria dos elementos, do meu eterno namoro com o ar.
há tanta poesia no encontro da chuva com a terra, tanta sintonia no som do vento nas folhas empurradas mansamente, umas contra as outras. e eu tão longe de tudo.
lembro-me de me perguntarem como, em certos momentos, vejo o que não é visível e ouço o que não é audível, e de responder, 'deixa de pensar, e ouvirás, e verás'. realmente, não tenho parado de pensar, para que possa ouvir. e é aqui, agora, neste momento, em que o único som é o que vem do céu, que eu reencontro algum equilíbrio.
gostava de ter palavras eruditas e cientificas para escrever o que sinto, citar filósofos para sustentar o inexplicável, mas não tenho.













4 comentários:

  1. prefiro as tuas palavras às desses estranhos :)
    (era vento e chuva que querias, nã era?)

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  2. Aí,como aqui, choveu. Aqui, como aí, alguém teve a tentação de a sentir de perto. :)

    Bonito texto, ana.

    Bom domingo!

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  3. isso és tu que és um doce :)
    (era Manuel, lembrei-me de ti. sentiste? :))

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  4. sim, deepLuisa, eu vi que choveu aí também :)

    bom domingo!
    beijo :)

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