sábado, 13 de agosto de 2016

claro que gostaria



























o ar está deliciosamente frio. saio para a rua para respirar. depois de dias a fio de calor intenso e cheiro a fumo, este ar é como melancia fresca em dias de verão, e de primavera, e de inverno, e de outono, que não há nada melhor do que melancia fresca. tu sabes.

faço aquele exercício de inspirar pensamentos bons e cores que fazem bem ao meu coração, como o verde, que é a cor dele, o azul porque sim e o cor-de-rosa, que é a cor do amor. depois expiro coisas feias que vão ficando cá dentro, e saem aos farfalhos, como o lixo que fica na canalização.

reparo que de quanto mais me solto, mais livre me sinto, mais leve, mais eu. largando expectativas, desatando laços, deixar pouco a pouco de esperar. esperar-te, esperar que vejam, que me vejam, esperar justiça, esperar um dia melhor, esperar o descanso, esperar a calma. esperar é muito redutor, sussurra-me, e cansativo, acrescento. então deixo-me ser e acontecer e aceitar e agradecer.

é claro que gostaria de tanta coisa...mas de cada gostaria que me solto, ganho em liberdade.












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