domingo, 3 de abril de 2016

fecho os olhos























o meu corpo rebenta em gritos de memórias que a minha alma esqueceu. são memórias do passado, memórias piro-gravadas na carne, nos órgãos, nas vísceras. 

a alma tem memórias que o corpo não viveu, que os olhos não viram, a pele não sentiu. são memórias de passados perdidos em tempos idos, em vidas partilhadas, são ligações sem espaço nem tempo.

o corpo descobre outro corpo, tocando. a alma reconhece outra pele noutra alma, outra alma noutra pele. outra alma noutra alma.

fecho os olhos e reconheço-te.














4 comentários:

  1. quanta beleza imprimes às palavras...

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  2. as palavras são belas, não lhes faço nada, trovisco.

    quando um dos meus filhos era pequenino e se zangava comigo, dizia - devia cair-te um trovisco em cima! - era a realidade pior que ele conseguia imaginar :)

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  3. Alguém de quem gosto mesmo muito disse-me um dia que o corpo tem a memória da alma :)

    Lindo :)

    Beijinhos ana, tanta chuva

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  4. eu acho que podem coincidir, mas têm memórias distintas. já o senti na pele :)

    beijinhos, vizinha. aqui já o céu se fez azul.

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