Francisco tinha-se distraído, tinha deixado passar quase um
ano. Foi de repente que se apercebeu e naquele instante susteve a respiração,
tirou os óculos, esfregou os olhos e ficou com o olhar embaciado, parado,
naquela mancha verde de relva em frente à porta da sala. Um ano... felizmente
não ultrapassou aquela barreira, aquela norma que se impõe naquele tipo de
relações. Nem ela o tentou, estranhamente não tentou. Se o tivesse feito ele
não teria deixado passar tanto tempo...um ano, quase...naquela subtileza de não
querer nada, de deixar que os dias se sucedam com pequeninas cumplicidades, com
quase imperceptíveis alegrias. Quase um ano... naquele mesmo dia resolve que basta. Um ano naquilo...
Maria sabia que estavam 'naquilo' há quase um ano. Todos os dias ela sabia. Adivinhava-lhe os humores, entristecia das suas tristezas e alegrava-se quando
sentia nele, também, alegria. Mas ela sabia que um ano era demais, e, que
apesar do seu desprendimento, Francisco chegaria àquele dia. Já estavam juntos
há tantas vidas...gostava ela de pensar...que aquele momento que se aproximava
era mais uma repetição, ou talvez não. Haverá um tempo, uma vida, um lugar, em
que coincidirão para além do desencontro, dos desencontros. Entretanto é só
mais uma etapa.
como se conta o tempo se nã vivemos todos os dias?
ResponderEliminarAcredito que ambos se irão encontrar. Precisam é os dois de o saber :)
ResponderEliminarIsto das relações é por vezes complicado, só por vezes :)
Tem um bom sábado Ana
Beijinho
tenho um palpite que a vizinha do quarto se chama Isabel... ou Urraca!
ResponderEliminaro tempo foi inventado num dia de mau dormir do seu inventor. com isso, veio também a velhice e outras angústias desnecessárias. A Maria guardava aquela vida em construção sem pensar que eram dias a sucederem-se. Já o Francisco, homem de métodos, tinha prazos estabelecidos. Dizem por aí que eles encontravam-se, no ponto de desencontro.
ResponderEliminarbom carnaval, Trovisco.
eles encontraram-se e sabem-nos. cada um à sua maneira, vizinha :)
ResponderEliminarbom sábado de invernia!
bejinho
Urraca? como assim, Manuel?
ResponderEliminara carne, é de todos o meu melhor pecado!
ResponderEliminarela diz que tem nome de rainha... pode ser Urraca...
ResponderEliminarou Regina, Manuel...
ResponderEliminarah....pois, a carne... mas eles permitiam-se alguns pecados...incluindo a carne, e os legumes, e a fruta... (joking, Manel...)
ResponderEliminaraliás, unia-os a pele :)
ResponderEliminarRegina nã será... pode ser Maria, Isabel, Leonor...
ResponderEliminarStormy:
ResponderEliminarNo meio de tanto nomes, acertaste no meu!!! :))
Ana:
ResponderEliminarVim aqui "falar" contigo e acabo por "falar" com o Manel. Irra que vício!
Chove aqui que se farta, mau mesmo.
Fiquei a pensar que mesmo juntos, estamos sempre "cada um à sua maneira" :)
Beijinho
há coisas assim, vizinha :)
ResponderEliminarmi casa es tu casa :)
Manuel, Leonor é um bom nome :)
ResponderEliminarserá esse?
ResponderEliminarela disse que acertei mas nã disse qual!
diz-me, Trovisco, o nome é importante? porquê?
ResponderEliminar:) nã tem qualquer importância...
ResponderEliminartambém me parece...se eu me chamar francisca, não vai mudar em nada :)
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