quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

o medo de Luisa



























ela responde-lhe que não, que não quer livrar-se dos medos, afinal de contas é o que a mantém com os pés assentes na terra. os medos protegem-na de ilusões, nos relacionamentos, nos amores, no trabalho. 

Luísa vive sempre com um pé atrás. é o medo que lhe prende o pé. assim, quando ela se sente a aproximar de alguma situação que possa trazer desassossego ao seu coração, o medo segura-a, se está próxima de arriscar o trabalho, que não gosta, mas que é seguro, pela aventura de algo que lhe dê mais prazer, o medo, aí está, e impede-a, se fica à beira de abrir a sua alma e expor a sua essência, também o guardião da segurança, atenta a que ela a tenha bem resguardada.

não, ela não quer deixar os medos partirem. até a quem a vê, ela tem aquele ar todo seguro, passo firme na rua, vida alinhada com as normas.

é à noite, em casa, com as portas bem fechadas, que ela se atreve a sonhar que não tem medo, e que vive por inteiro, que arrisca a ser feliz, e que se se enganar, levantar-se-à mais uma vez, se assim for preciso.


















12 comentários:

  1. Lentamente aprende-se a deixar os medos irem para bem longe. Não nos livramos deles para o resto da vida. Mas por vezes em algumas situações deixam de estar presentes

    Beijinho Ana

    Trabalhaste? :)

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  2. Ena!
    É quase assim, ana. Será que há outra Luísa igual a mim aí por perto... ou será que somos muitas assim?

    Beijo

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  3. O medo é um bom meio de protecção e isso é importante porque sem a noção do perigo corremos riscos exagerados. Mas se demasiado forte também nos impede de viver. O equilíbrio é uma luta, é uma das minhas lutas.
    ~CC~

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  4. é um caminho que se faz, e se desfaz, ou não :)

    olha, vizinha, se eu for despedida, vais ter que me arranjar trabalho...

    beijinho, sua louca!!!

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  5. deepLuísa, somos muitas. umas sabem disso, outras nem tanto :)

    beijo!

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  6. é verdade CC... o equilíbrio nem sempre é fácil, nem sempre óbvio. faz-me lembrar os marinheiros, que quando chegam a terra lhes custa andar sem o balanço da ondulação.

    boa noite*

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  7. Já viveram muitas Luísas dentro de mim, de há uns tempos a esta parte tenho devolvido algumas ao espaço. É um alívio, Ana.

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  8. eu sei Ava. vou conhecendo alguns desses alívios :)

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  9. talvez a Luísa tenha amarras das quais nã se pode soltar completamente... por isso mantém um pé atrás... muito útil no caso dos precipícios :)
    nã tenho sugestões a fazer, tenho sempre um pé atrás

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    1. Lembras bem trovisco...os precipícios...credo que vertigens...vou passar a deixar também um pé atrás...:)

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  10. gosto dos precipícios, sinto uma atracção bizarra por eles, felizmente nã é mutuo e por isso mantenho sempre um pé atrás :D

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  11. a atracção pelo abismo...uma mistura de vertigem e desejo de queda... um desatino... :)

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