terça-feira, 12 de maio de 2015

alegria

























o gnomo estava furioso com ela. há que tempos que ela não ia procurá-lo. amuado no buraco da árvore, braços cruzados, recusava falar com ela. ela, ali porque a tinham mandado, para saber o que ele tinha para lhe dizer, estava quase a desistir, quando resolve atirar-lhe berlindes. o gnomo devolve-os, projectando-os ainda com mais força, mostrando-se indignado, com a sua barbicha espetada e o barrete verde pontiagudo, mas com toda a pompa de um gnomo já velhote. vinha agora esta, porque se tinha lembrado, brincar com ele...
- arruma a tua casa! tem espaços propícios para energias negativas, depois queixas-te...
- estás a deixar a tua alegria perder-se. traz para ti a alegria genuína do facto de estares viva e de respirares. os teus conflitos com sentimentos que não aceitas tornam-te sisuda, alegra-te e dá graças pelo facto de poderes senti-los e lida com eles, aceita-os, ri-te deles, ri-te com eles.
- confia em ti, e, não te esqueças - em tudo - alegria, amor e intenção.
- ah... e já agora, quero uma imagem minha em tua casa, para que não te esqueças de que é importante brincar, pregar partidas, rir, ser criança.
a mulher agarra-lhe na barbicha, beija-lhe os lábios e ele cospe-lhe na cara. ela vira costas, enquanto vai indo embora, mostra-lhe o dedo do meio. pelo canto do olho ela vê o gnomo a rir-se às gargalhadas, agarrado à barriga.













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