sexta-feira, 4 de março de 2011

assim


















Entras assim no meu quarto, daí, desse lugar que eu desconheço, onde também sentado em frente a um computador, corriges textos, enquadras parágrafos, transformas dores em palavras.

E entras assim no meu quarto, onde eu estou só. Na minha casa coberta de silêncio e camas desfeitas, e ainda cheiro a café da manhã e leite com cereais. Estou só e chegas assim, no momento exacto em que eu preciso, e não consigo tirar os olhos das tuas palavras, dos espaços que deixas entre parágrafos, a tua escrita é clara, é espelho. Cada ponto, cada vírgula, as reticências, as maiúsculas, tudo no lugar certo, e os erros de ortografia, os atropelos dos dedos na pressa da escrita que me fazem sorrir e lembrar como cheguei até ti, assim, apontando erros de ortografia, confessando-te que ao ler-te, ao abrir as tuas páginas encontrava espelhos.

E entras assim no meu quarto, e eu leio-me em ti.

Obrigada, p










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