O meu pai naquele pai.
O homem forte, curvado, sorria com o ouvido encostado à porta do elevador.
Ainda não chegou, pai... dizia o meu vizinho do rés-do-chão
O meu pai ouve mal... justificava ele falando comigo
Ah... este elevador é muito silencioso... sorria eu para os dois
Mas aquele pai, forasteiro, trouxe-me naquele momento o meu pai, a mão morna pousada na minha, a presença. A Presença.
E agora que aqui escrevo, passadas já tantas horas daquele pai no elevador, a pena que eu tenho de não lhe ter dado um abraço. Um abraço apertado, fundo, inteiro.

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