sexta-feira, 27 de junho de 2025

Amélia

 





Amélia bamboleia-se à minha frente e as outras imitam-na. Talvez o burburinho que ouço, entrelaçando o chilrear das aves neste entardecer, seja os cochichos delas dizendo de mim - olha ela, a que nos nomeia, a que fala connosco e nos ouve. . E baloiçam os ramos ao sabor da nortada mostrando-me todas tonalidades de verde e de sabedoria.

Amélia, a mais alta e mais esguia, abre, diria eu que propositadamente, a copa, e acolhe-me no seu regaço. 

Mestre árvore, em ti repouso, em ti me fundo, em ti procuro as raízes e o céu.

E ela olha-me com as folhas a transbordarem amorosidade.










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