domingo, 7 de maio de 2023

azul

 




o que lhe dizer, forasteiro, dos azuis... estavam ali todos, numa nuance ou outra, todos. e o corpo apanhado de surpresa, vacilando, depois de tanto tempo longe dele e daquela imensidão que abraçava.

no peito, trazia, de um verão tardio, um sol mergulhando naquele mesmo horizonte e os pés namorando o morno da água, de uma geografia que não era dali. naquela manhã azul, sentada na areia fria, com o vento norte trazendo tudo o que de agreste provoca no corpo, levava a vontade de não permitir que o exterior abalasse o seu modo de querer ser. 

que o vento leve todos os meus medos e que me mostre o meu caminho, repetia, enquanto os casais passeavam os cães e as crianças corriam felizes, enquanto os homens disputavam uma bola, enquanto os peregrinos fotografavam a paisagem daquela parte de caminho.

na memória, soava uma das músicas com que a alma lhe sussurra o amanhecer

Let the water wash away your tear
Let the fire burn away your fears
Let the wind blow into your life such faith and trust
Let the earth hold you, take care of you and nurture you







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