Não apontes o dedo a uma mãe. Não há más mães. Há mães que
fizeram aquilo que souberam conforme o grau de consciência que tinham em
determinada época das suas vidas. Há mulheres que carregam passados, que
carregam vidas, que até elas mesmas desconhecem.
E depois há isto do instinto maternal, que faz com que
queiramos o melhor para os nossos filhos, que nos torna feras perante uma
ameaça, que nos faz trabalhar em excesso para que não lhes falte nada, para que
não lhes falte coisas que nem fazem falta. E depois há o cansaço e o tempo a
passar. E eles a passarem também, de bebés para crianças, de crianças para
adolescentes, de adolescentes para adultos. Os nossos meninos a ficarem com
cabelos brancos, e nós a pensarmos como é que foi possível, assim, aquele bebé
no nosso colo de repente com cabelos brancos. E nós, que nascemos mulheres, a
sermos para sempre mães, a querermos poder pôr para sempre comida na mesa,
mesmo com um colo vazio.
[Os pais
que me perdoem, mas nunca serão mães, nunca terá sido da carne deles que se
formou o corpo do filho, do sangue deles, o sangue que os alimentou.]
E além de tudo há os outros, os que apontam, os que dizem
que devias ter feito melhor, os que dizem que não devias ter feito tanto, os
que dizem que tens um ar cansado, os que criticam tudo depois de estar tudo
feito. E apontam, e comparam, e acusam, e elogiam, enquanto uma mulher fez o
que soube, conforme soube, e viu os filhos crescer, com sorte, com a Graça de
Deus.
Parabéns, Ana...Só uma grande Mãe poderia escrever um texto tão fidedigno sobre o que é ser Mãe.
ResponderEliminarDesculpe...sou eu, a Janita! :)
EliminarMuito obrigada, Janita! :)
Eliminar