enquanto a mulher se assoa, pinga e espirra, espera o resultado do teste pousado no meio da barafunda dos lenços de papel. nem sabe porque o fez. ninguém sabe que o fez. uns dias sem trabalhar seria o descalabro. trabalhar doente seria uma irresponsabilidade.
a falta que faz um emprego, pensa, sabendo de antemão que nunca se habituaria a um. ah... mas as regalias, receber sem trabalhar, poder ficar doente, poder ter férias... mas as escolhas de uma vida levaram-na por outros lados. aquilo tão dito de que o caminho se faz caminhando... meu deus, por onde caminhei eu para chegar a este destino, já avançada no tempo de vida... murmura, sem respostas naquela casa vazia. felizmente vazia para que possa descansar um pouco, de ruídos.
olhando para o teste, mais uma vez negativo, levanta-se, ruma àqueles afazeres que preenchem os dias, sem justificação visível para parar. um dia ponho a mochila às costas e parto, promete ela a si mesma pela milésima vez. parto e enfrento os meus medos, os meus limites, o meu corpo, vou até onde puder ir, e depois volto, vitoriosa por poder desistir, se quiser.
também ainda nã nos tornamos íntimos, acho, porque pode ter vindo sem aviso, mas nã me parece... nã...
ResponderEliminartambém foste rejeitado... :)
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