daqui, vejo passar uma pessoa curvada pelo peso da vida que escolheu.
quer-me parecer que as pessoas se habituam até ao peso que carregam, a uma vida de aparências, a ser o reflexo do que os outros consideram bem. lembro-me de quando carrego aqueles sacos pesados, com quantidades mal calculadas de compras de supermercado.
deixa-me ajudar-te
dizem-me por vezes, e eu recuso. o peso dos sacos faz-me sentir com os pés rentes à terra. é assim como o lastro de um navio, concedendo-me algum equilíbrio. também assim será uma vida pesada, far-nos-á, por vezes, sentir aterrados, ou enterrados, pés afundados na terra, vivos aos olhos dos outros que se encantam com histórias tristes, com desgraça alheia.
isto digo eu, que sinto que a minha leveza talvez me leve por vezes ao sabor da nortada, por alturas que me tornam invisível, até de mim, quando acontece não saber para onde vou, nem o que sinto, nem o que faço aqui.
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