sexta-feira, 2 de novembro de 2018

náusea









Ssssamantha...murmuro eu, numa imitação fraca de um sibilo. Ssssamantha...
Ssssamantha veio para me ensinar a cura, a transmutação, a sensualidade. Não é tarefa fácil. São mais as vezes em que me distancio do que as que me aproximo.
Quer Ssssamantha que eu seja fénix e que aceite o amor como linguagem mãe, mas a minha vida só tem espaço para frivolidade e sobrevivência, e, toda a forma de magia não cabe nas minhas rotinas.
Desta vez, Ssssamantha quer falar-me do sentir. Sentir é a comunhão com tudo, sentir é a vida à flor da pele, sentir é a continuidade do exterior no teu interior. Sibila-me.
Então Ssssamantha entra no meu peito, enrosca-se e fica a morar dentro de mim, ela, que é ar, terra, fogo e água , norte, sul, nascente e poente, sol e lua. E eu fico nesta vertigem de deixar de ser para ser de novo, num rodopio constante. Numa náusea permanente.










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