Meu querido, hoje foi dia de eleições. Votámos mascarados. O mundo está cada vez mais estranho.
Aqui, a lenha arde na lareira e eu por vezes fico assustada quando alguma fresta de realidade se abre neste silêncio que me acolhe, ponteado pelo crepitar do fogo.
Aí, onde imagino que o ar condicionado se reinvente para te aquecer, lês estas linhas enquanto assistes à contagem dos votos na televisão, esse aparelho que cada vez mais me confunde, que transmite imagens e sons que não consigo acompanhar. Nós, tão longe e tão diferentes.
Caímos tantas vezes no erro de querer que o outro sinta de igual forma quando o encanto, o crescimento e a dinâmica está na diferença...
Assim me vou. Se sentires um leve sopro no peito, é o voo de um pardal.
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