domingo, 13 de setembro de 2020

*





a vida é feita de afastamentos. linhas que se quebram. nuvens que se desfazem. sonhos frouxos. 

e assim seguimos, sós. cada vez mais sós. 

nunca o olhar onde se mergulha será lago da mesma água que o nosso. 

o corpo rodeado de fronteiras.

enquanto se finge que se acerta o passo, desacerta-se. seguimos desacertados.

...

agora que o som da água da rega nos jardins se silenciou, a vela ainda tremeluze na varanda, lembrando-me do que sou grata. 

os dedos tamborilam estas palavras, e os dias passam. a vida corre, a bem dizer.

resolvi seguir a linguagem dos anjos. vou seguindo os seixos deixados no caminho e cada passo é um bamboleio. a vida uma corda bamba. e eu sigo.










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