terça-feira, 21 de abril de 2020

livre (corona 1 mês e 6 dias)








há quem diga que a vê dançar, descalça, deixando que o rio lhe adoce os pés, com a sua saia rodada de bainha desencontrada, como quem se libertou, como quem sabe quem é, como quem pode ser quem é.
o decorrer dos dias e o desenrolar dos mosaicos que compõem a vida, fizeram com que a mulher que lavava futuros nas margens do rio planasse naquele tempo sem marcas, onde o futuro e o passado rendem homenagem ao presente, esse tempo que quando é já deixou de ser.
a nada pertencia e nada tinha, a mulher, apenas a brisa que provocava o seu ondular, apenas aquele bailado da alma com o desígnio de ser, livre.












4 comentários:

  1. Bom dia:- Eram os tempos das mulheres lavandeiras que lavavam nas águas puras dos rios e riachos. Hoje, nem existem mais lavandeiras, nem águas puras nos rios e riachos
    .
    Um dia feliz

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    Respostas
    1. É verdade, Ricardo. Ficam as lembranças...
      Boa noite para si

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  2. Caraças, Ana, isto é prosa poética, e da melhor!
    Espero que consiga concretizar tudo isso brevemente, passar da dança do teclado para a dança nas margens do rio, descalça, livre, feliz :))
    Já estou a imaginá-la...

    Tudo de bom, Ana.
    🌻

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