futuros(corona15)

a distância que separa a mulher que lavava futuros nas margens do rio e o jardineiro de pessoas, alongou-se. 
o jardineiro esforça-se todos os dias por plantar futuro nos canteiros áridos daqueles a quem a vida surpreendeu com fragilidades.
a mulher, recolhe os futuros todos que não viveu, cuidadosamente envolve em folhas frescas da primavera os futuros que sonhou, enfeita-se de cor e de esmeraldas, e rodopia ao som de músicas que só ela conhece, enquanto zela pela sua tribo, as suas anciãs, os seus prolongamentos.
um futuro para um presente feito de distância, será um sonho para o qual não haverá entrega.