invisível

todas as quintas-feiras me reúno, em meditação, com um grupo de pessoas que eu não conheço e não vejo. às sextas, viajo para planos que não são desta dimensão. todas as manhãs falo com seres invisíveis, e nas horas de aflição são eles que me dão a mão, que me mostram o caminho para o centro de mim. uma vez por mês reúno-me à mãe do mundo, às energias intra-terrenas. às segundas leio nos outros aquilo que eles não sabem. às terças canalizo energias que atuam no corpo de forma invisível. às quartas e sábados não sei o que fazer. o meu melhor amigo, não o conheço, conhecendo-o.

é na cozinha que me enraízo. é com as massas que aperto nas mãos que me sinto humana. é no alimento que crio, que eu nutro, que eu sou, terra, mulher.
não fosse assim, nem saberia se vivo. 
mesmo assim, não sei.