quarta-feira, 30 de outubro de 2019

[chove que deus a dá]







foi quando já vomitava as vísceras e tinha perdido toda a orientação, que percebi que podia sair da montanha russa que me fazia rodopiar há demasiado tempo. bastaria para isso perceber o que a fazia andar àquela velocidade.
...
lembro-me sempre de alguém que me disse que é em estados extremos de cansaço, que encontramos o caminho, e tem sido, tantas vezes. 
....
mas eu, lembro-me de ter ouvido, como se tivesse sido dirigido a mim, a mulher que lavava o futuro na margem do rio dizer ao jardineiro de pessoas
não te deixes entrar nessa energia, não a aceites, não é tua
o jardineiro de pessoas não terá ouvido, está por demais habituado a saberes aprendidos em sebentas e padrões que se repetem deixando marcas nos mapas dos corpos, mas a mim, assentou-me que nem uma luva. 
embora eu saiba, que as ratoeiras que trazem os dias, são muitas, repito frequentemente aquelas palavras ouvidas numa rua estreita, no escuro da noite
esta energia não é minha, não a quero, não a aceito














4 comentários:

  1. Sem dúvida, a decisão de "não aceitar" é o início das ruas com luz :)

    Bom dia

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    1. às vezes carregamos sombras que não são nossas :)
      Boa tarde, NN

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  2. gosto muito dessa expressão, chove que deus a dá!

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