quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

dos dias






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é por volta das três da manhã que percebo a maravilha de poder respirar pela boca, quando o nariz não serve, nem para inspirar, nem para cheirar
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agradecer a oportunidade de poder recomeçar todos os dias
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sozinha, na garagem conto os passos que vou dando, recordando, mais uma vez, como me faz feliz a mais rudimentar forma de autonomia
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alguma vez fomos amantes?
pergunto eu ao homem-terra, indignada perante uma espécie de cena de ciúmes
é aí que reparo, com ternura, que aquele homem que toma um tamanho maior do que a dimensão humana, é também menino, é também inseguro
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as palavras não saem
murmuro-lhe
WD40
responde-me
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as palavras não se soltam
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de cada vez que o tempo era gasto em algo que fugia do grande propósito, escoava-se, 24 horas, resumiam-se em 10 minutos
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2 comentários:

  1. Às vezes as palavras não saem, é como se morressem no fundo da garganta ou nem sequer chegassem a ser formadas. Mas as suas palavras, quando elas saem escritas, é sempre bom saboreá-las.
    ~CC~

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