quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

uma espécie de amor










o homem-terra falava daquele jeito dele que parece que é tudo fácil e leve, quando a mulher doente lhe perguntava o que fazer para anular o efeito de bruxarias, que diz ela que lhe fazem. responde-lhe ele que é com amor, apenas com amor.
- quando me acontecem essas coisas que fazem com que a minha vida não ande - dizia-lhe ele - eu respondo com amor. a cada coisa má que me acontece, de seguida eu faço algo bom para alguém. querem-me lixar? então eu vou e ajudo quem precisa. e num instante a vida endireita-se, porque o importante é não entrar nessa energia, pois ela alimenta-se da nossa zanga e da nossa revolta, e cresce, cresce.
eu sei que a mulher fica insatisfeita com a resposta dele, e ele sabe-o também.
mas ontem estive zangada por dentro, e aquela zanga com uma parte da minha vida, estava a fazer crescer dentro de mim uma vontade de algo que poderia prejudicar alguém, de alguma forma, invocando verdades e traições para justificar as minhas feridas. foi quando me lembrei do amor do homem-terra. então, a cada zanga, um gesto de amor pelos outros.












6 comentários:

  1. é bonito assim. vou guardar comigo também.

    um beijo no teu coração, ana bonita.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. e assim que se muda o mundo. até o que sentimos muda :)

      beijo-te, menina bonita

      Eliminar
  2. ando cá com umas ganas de lançar trovoadas e furacões a torto e a direito que nem é bonito!

    ResponderEliminar