domingo, 11 de fevereiro de 2018

como uma carraça instalada por debaixo do couro cabeludo










para o maltês 











reparo agora que nem me lembrei dele quando saí nesta manhã chuvosa de domingo para caminhar. é claro que tinha deixado todo o meu futuro com ele, nas mãos da mulher que lava futuros nas margens do rio, mas nunca supus que apenas com sabão azul e águas lodosas e bafientas, o efeito fosse tão rápido. além disso, a chuva toda que escorreu pelo meu rosto também levou com ela as memórias e as zangas que me têm acompanhado nestes dias, como uma carraça instalada por debaixo do couro cabeludo.

as saudades que eu tinha da chuva no corpo, são como a sede que só percebi quando senti a água fria na boca. 
todo o caminho falei, em voz alta, com deus e com as gaivotas que já não investem contra mim, mas ainda voam rentes, rentes à minha cabeça. depois cheguei a casa e fiz um bolo com recheio de morango e chantilly e comi-o.











8 comentários:

  1. Eu, à falta de bolo com recheio de chantilly, tenho ali um folar. Com uma chávena de chá, serve muito bem para dias cinzentos.
    :)

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  2. Já há morangos Ana? Isso para mim é um boa notícia!
    ~CC~

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  3. maldade... falar do bolo.
    às gaivotas... nunca mostrar medo.
    o mar... parece um quadro. obrigado.

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