domingo, 7 de janeiro de 2018

gaivotas



















mas ficas com uma cultura geral muito grande
diz a mulher
de maneira nenhuma. apenas sobre a miséria humana
inutilidades, penso eu. de que serve o conhecimento se isso não a fizer alegre, se não tornar melhor a vida de quem a rodeia. para que servem os dias somados aos dias, a vida esgotada, se tiver conhecimento e não tiver a capacidade de sonhar, a ingenuidade para acreditar no sonho, a leveza das crianças.
lembro-me do final de uma terapia, em que eu me perguntava - e agora? o que faço com o que sei? em que é que isso vai mudar a minha vida para melhor? agora que já é tão tarde.
olho daqui as gaivotas que triunfaram na disputa pelo topo dos mastros do barco. passam serenamente a tarde de domingo viradas de frente para a direcção do vento, para norte. nunca as vi, enquanto repousam, de costas viradas para a intempérie.












4 comentários:

  1. Sempre gostei de pensar que o saber não ocupa lugar, mas será que traz felicidade?

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  2. Gosto tanto de si quando escreve em sintonia com o que penso e sinto, Ana!

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