terça-feira, 30 de janeiro de 2018

esperanças e ausências




























deixou de o esperar, e, ao deixar de o esperar, deixou também de contar os dias em que ele chegava e os dias em que estava ausente. também deixou de contar as vezes em que era ela que chegava até ele. então, deixando de medir a distância entre as suas chegadas e partidas, ela passou a chegar, porque sim, e a aceitá-lo quando vinha, porque sim, e se ele não estava, era porque simplesmente não estava, mas chegaria, como acabava sempre por chegar. então, a diferença entre o estar e o não estar, de um e de outro, eram apenas espaços em branco onde cabia tudo.










14 comentários:

  1. que bonito, ana. :) gosto muito de espaços brancos. :)

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  2. Mas sabe-lhe bem essa liberdade? Esse ir e vir?
    ~CC~

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    Respostas
    1. sim. a liberdade vem de mão dada com a verdade, e a verdade traz-me paz.

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  3. Espaços em branco onde cabe tudo o que não lembramos, ou esquecemos de lembrar.

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  4. Calculo que foi preciso algum (muito) tempo para que os espaços em branco deixassem de ser uma grande ansiedade...

    Um beijinho*

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  5. O problema é que esses espaços em branco, na verdade, são a vida...

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