terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Guilhermina










- o melhor fica sempre para nós, disse-mo a minha mãe desde que me lembro de ameaçar de ser mulher. viver não custa, o que custa é saber viver. era com esta máxima que a minha mãe justificava o que dizia, o que também servia para esconder acontecimentos da sua vida.
conta-me a Guilhermina
- mas eu nunca tive jeito para isso, sabe? esta mania da verdade... só me dei mal. como agora, veja... 
e a Guilhermina fala-me de supostos desnecessários verdadeiros que falou levando para longe algo que lhe amaciava os dias.
qualquer pessoa diria de ânimo leve que preferia a verdade, fico eu a pensar, mas nem todas têm ombros que aguentem a vida sem maquilhagem. lembro-me também eu da minha mãe
- se ele fica mais feliz com a mentira, porque lhe contas a verdade?
eu também, como a Guilhermina, vivendo sem saber viver










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