desta vez ela vem calada e encontra-me calada. nem reclama do miso. então, além do almoço, partilhamos o silêncio, assim como se nos encontrássemos por dentro, naquele lugar onde o entendimento não necessita de palavras.
lá fora o dia está lavado e frio realçando a temperatura morna da sala. ambas vivemos a tempestade, maior a nossa do que a que o tempo trouxe, e o frio que está lá fora, tentamos aquecê-lo por dentro.
- não há diferença, vizinha, não há. assim a terra e o céu, como nós, todos parte do mesmo turbilhão.
a dona fernanda fala comigo de uma forma que não fala com ninguém, de uma forma que ela pensa que só eu não estranho, de uma forma que lhe serve o silêncio como resposta. às vezes chego a pensar que a minha vizinha podia ser minha irmã.
Que bonito texto! :)
ResponderEliminarobrigada, Marta :)
Eliminarnão se pode dizer que seja a sopa dos pobres.
ResponderEliminardepende de quem a comer.
Eliminarboa tarde, Impontual
dependerá, por ventura, mais do predicado do que do sujeito.
EliminarComo vai, ana?
da condição financeira, talvez.
Eliminarde momento não vou, mas se fosse, iria bem.
Está bem?
Uma bonita cumplicidade ana :)
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