quarta-feira, 9 de agosto de 2017

violeta



















pergunta-me se eu queria que ele tivesse ficado. havia dentro de mim uma infima centelha de esperança, sim. sabe, aquele desejo guardado de que os astros se alinhassem para qualquer forma de nós os dois separados nos tornarmos em nós os dois juntos, mas seria preciso que a ordem dos planetas se alterasse, e já viu a catástrofe que seria... não, eu sabia que ele não ficaria, até todos os dias me admirava por ele ainda não ter partido, sabe bem. ele era tão grande, tão maior do que eu, assim me parecia, que ele não cabia em mim e eu perdia-me dentro dele. eu tenho este jeito simples de ser e de me contentar com a terra, e, na falta de terra, com uma floreira, e ficar encantada com os ciclos de uma violeta e com os vaivens das crias dos pardais. ele, é de mundos e de conhecimento, aborrecer-se-ia de morte comigo, eu não encontraria nele, o divino que vejo no despontar numa flor de violeta.
perdi-me nas horas. tenho que ir. obrigada pelo café.










14 comentários:

  1. nã quero atirar achas, mas às vezes por pequeno que seja, é de extrema importância...

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    1. atira achas, cigano, atira :)

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    2. porque nã falas com a D. Fernanda?
      (hoje estou mesmo sem tema... arranja-me ai qualquer coisita)

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    3. ela tem andado a oracular outras pessoas...
      esqueceste-te das portas do vento norte abertas? os banhistas estão desesperados...

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    4. há uma invenção que nã é mais que uns 3 ou 4 paus e uma pano... já nã se usa?

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    5. nã sabia que Dédalo também tinha construído o labirinto do Minotauro... e que matou o sobrinho, Perdix, porque este inventou o serrote...

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    6. uma invenção abominável...

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  2. ...por vezes vale a pena correr o risco
    Bom dia Ana

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  3. Sempre ouvi dizer que os opostos se atraem. E olha que eu posso confirmar. Só não posso é confirmar durante quanto tempo, mas que vale a pena arriscar, isso vale Ana :)

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    1. talvez os opostos aqui estejam tão opostos que se opõem :)
      boa tarde, Maria

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