terça-feira, 15 de agosto de 2017

neste dia feriado








na minha cozinha soltam-se aromas de garam masala, cominhos, gengibre e açafrão. ao mesmo tempo que corrijo temperos, tento alinhar o meu ondular com o da mulher que dança a tarantella
gostava tanto de perceber as palavras... 
penso que foi há mais de um mês que ele deixou de aparecer. desde então, por coincidência, e sorrio enquanto escrevo a palavra 'coincidência', a minha vida tem desmoronado como uma construção de cartas, por todos os lados, e nessa derrocada, tem-se reerguido, de forma diferente. 
mas dou comigo agora a pensar, agora enquanto experimento temperos e alinho movimentos do corpo, que o que se passa na minha cozinha neste dia feriado, é o espelho da minha vida, uma combinação de temperos, um ondular desengonçado, acertos constantes, desconstruções e derrocadas para que novas formas de estar possam acontecer, e agradeço ao criador todo o desmoronar, toda a desilusão, todo o desesperar.








6 comentários:

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    1. curvo-me perante as tuas palmas :)
      bom serão, Teresa

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  2. Ai Ana, ainda me falta tanto caminho para conseguir agradecer o desmoronar das coisas.

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    1. ultimamente tem-me parecido que a resistência que fazemos impede que esses desmoronares nos tragam novas formas de estar. parece-me :)

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    1. os rapazes aparecem e perguntam: tens a certeza que estás a cozinhar vegan? cheira tão bem...

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