- tenho tentado contrariar o destino. veja vizinha, esta roda de cartas, as agruras que me vaticinavam.
eu debruço-me sobre os arcanos colocados em oval, e num instante percebo o que a dona fernanda me quer dizer.
- pensei que se ficasse sossegada no meu canto, nada disso aconteceria. não é de agora que tento que não aconteça o que o oráculo me predestina.
- e então, vizinha?
- tudo em vão. não é não vivendo que se vai impedir o curso do leito da vida. tanto tempo tentei que ele permanecesse, e ele já tinha partido mesmo antes de partir. tanto que calei e aquietei e a tempestade aconteceu na mesma, tanto que poupei, e os gastos irromperam de surpresa.
a dona fernanda beberica com calma o chá de uma taça chinesa. é a calma dos derrotados, a calma de quem encontra o chão ao cair, o chão que a limita, e ao mesmo tempo ampara, o chão da realidade.
Se tiver flores é um chão bonito.
ResponderEliminarEstá a chover, ana bonita.
a dona fernanda tem sementes dentro do peito.
Eliminarque sorte, Alaska. quem me dera uma chuvinha.
beijo-te, menina bonita :)
"a calma dos derrotados"
ResponderEliminaré isso
o que serve para a dona conceição, não tem que servir para ti.
Eliminar*fernanda
EliminarE pé ante pé o chão que pisa, é ela.
ResponderEliminara base da sua vida.
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