quarta-feira, 5 de julho de 2017

o que me falta










o que me falta, sobretudo e sobre tudo, é estar só, é o silêncio ou apenas o som das gaivotas em alvoroço longínquo. esta necessidade é de tal forma premente, que me sinto como um animal encurralado nestes dias em que tenho sempre, sempre, alguém por perto. é um vício que não sabia que tinha e que sinto agora, não só na alma, mas também de forma dolorosa, no corpo, no desnorteio. faz-me lembrar da dependência que eu não sabia que tinha do café, até ao dia em que o médico mo proibiu. apenas um, disse-me ele quando eu insisti, mas de preferência um carioca, aquela coisa para enganar tolos que eu tomo, assim tipo café, tu sabes. o meu corpo contraiu-se durante semanas pedindo cafeína, até habituar-se. agora o cérebro contrai-se pedindo silêncio e solidão, mas não pretendo que se habitue.











8 comentários:

  1. Respostas
    1. a possibilidade de estar só é essencial.
      bom dia, Maria :)

      Eliminar
  2. ultimamente desejo a solidão mas quando em vias de acontecer, procuro sofregamente uma alminha que me queira... nem que seja para partilhar um silêncio.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. alminhas que te queiram não faltam. andas é desencontrado.

      Eliminar
  3. ...ás vezes estes monólogos são surdos.
    Beijo solarengo

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. às vezes precisamos que nos falem de fora para nos ouvirmos por dentro.
      bom dia, Goti :)

      Eliminar
  4. também eu desejo às vezes a solidão como se de água se tratasse.
    e tenho de a ter.

    ResponderEliminar