enquanto tento mergulhar o pensamento num texto sobre a crise no burundi, a gorda amiga ao meu lado fala-me das dificuldades posturais na intimidade com o seu gordissimo marido, que tem sérios problemas nos joelhos, assim como ela, nas articulações. e não, não é falta de imaginação. aliás, a imaginação, aqui, até é um problema a mais.
enquanto penso no que leio, ouço-a, e rio-me a bom rir com os gestos que faz ao tentar exemplificar a problemática da situação. problemática, mesmo, pois agravada por outros problemas de saúde além dos acima descritos.
- sabes o que é? - pergunta-me - é a velhice. envelhecer não devia ser assim, não nisto.
apesar da impaciência por estar a ficar com o trabalho todo atrasado, eu olho-a com ternura, sei o percurso dela, os altos e baixos do seu casamento, de ela abdicar dela mesma, do seu prazer, do ritmo do seu corpo, para que o marido tenha uma vida boa.
não lhe invejo a sorte, não queria nada que se parecesse com aquela vida para mim, mas acredito que seja a forma dela dedicar amor, a dela.
Pois é Ana, às vezes é tão difícil compreender as formas que o amor pode assumir para os outros...mas para mim tudo tem um limite e subjugação é um deles (mas não sei se é o caso...).
ResponderEliminar~CC~
eu acho que frequentemente é o medo de ficar só, da solidão. não é melhor nem pior do que outra razão qualquer, quem somos nós para julgar.
Eliminarbeijo, CC :)
...estranha forma de amar, ou seremos nós estranhos ao amor?!Acho que por mais voltas se dê para obter uma resposta acabámos sempre com outra pergunta.
ResponderEliminaré verdade, Goti, mas eu acho que somos estranhos ao Amor, a maior parte das vezes.
Eliminarobrigada :)
o amor tem tantas formas que nunca me canso de as descobrir.
ResponderEliminarbeijinho Ana
nem eu, Laura, e aceitá-las :)
Eliminarbeijinho