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Do sitio onde estou, encostada a um muro de um parque de estacionamento, adivinho o mar apenas pelo lugar onde se levanta o nevoeiro. Com as lágrimas que a brisa que vem de oeste faz correr no meu rosto, inspiro vagarosamente o ar fresco com cheiro a maresia e dentro de mim cresce a água salgada pelas algas e o doce massajar da areia na pele. Só eu sei onde estou. Quem passa por mim, vê uma mulher com um saco de peixe para o almoço, que chora à espera de alguém. Mas é o vento que fala comigo. Sereno, fresco, perfumado, fala-me da grandeza dos pequenos momentos que nos espreitam nas frestas da correria dos dias, dos intervalos entre as palavras, da imperceptível forma com que as letras manuscritas se ligam umas às outras, do espaço de tempo entre uma inspiração e uma expiração, o leve demorar de um olhar, o tempo de espera por uma resposta. Os dias que tantas vezes me parecem iguais, são cheios de peculiaridades.
Um texto arrancado bem lá do fundo a alma, Ana.
ResponderEliminarGostei muito ...e tive que lho dizer!!
:)
Muito obrigada, Maria Antonieta, por ter dito :)
Eliminaré tão bom que fico de olhos fechados com as palavras a demorarem na boca...
ResponderEliminarAgora pareceste o deus das tempestades a falar...outra vez...
EliminarTão sentido isso que escreveste... Um daqueles textos para nos revermos como num espelho de palavras. Gostei muito.
ResponderEliminarmuito obrigada, Luísa.
Eliminareste é daqueles que nos lembraremos sempre, Ana.
ResponderEliminarboa semana
boa semana para ti, Laura
Eliminarbeijo :)