terça-feira, 23 de maio de 2017

tarantella










      o rapaz entra de olhos semi-cerrados na cozinha. parece um zombie. 
- fazes ideia de como esta música faz doer a minha cabeça?
pergunta, antes do beijo de bom dia, e tentando pousar a cabeça no meu ombro.
eu cozinho, aos saltinhos, ao som de uma tarantella.
- não percebo. alguma memória dos recônditos das tuas vidas passadas, que tu rejeitas. só pode ser...
eu sei que o que digo deve ser um disparate.
ele encolhe os ombros, abana a cabeça, e vai embora. 
eu continuo a rodopiar. 
não deve ser fácil para eles serem meus filhos. a sério. e tu sabes do que falo.









6 comentários:

  1. Ana, às vezes penso o mesmo do meu...
    Já tinha saudades tuas! :-)

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  2. é uma ideia muito interessante a das memórias acumuladas... já pensei se nã será algo que fica gravado nos genes, ou se é pura energia transferida :) há muita energia numa tarantella

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    1. não imaginas como os registos das vidas passadas influenciam a actual :)
      bom dia, Hury :)

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    2. bom dia menina das estrelas... ainda só acredito numa vida.

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    3. eu acredito em tudo. tudinho mesmo.

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