terça-feira, 4 de abril de 2017

dona zulmira










mas na verdade resultou. dona zulmira não só delegou a responsabilidade da filha a são josé, como resolveu adoptar o santo como seu pai. agora as suas preocupações diminuíram consideravelmente e os nervos e as dores de cabeça, também.
quem me lê há-de ter fortes razões para criticar a dona zulmira. não sei se abona a seu favor, mas a dona zulmira sempre educou as filhas conforme soube e pode. também ela cresceu à força de tareia do cinto do pai e de regras que fazia questão de quebrar, apesar de saber de antemão os castigos que a esperavam. começou a trabalhar, ainda criança, em limpezas, e quando engravidou, os pais expulsaram-na de casa. de tanto sofrer maus tratos do companheiro, a dona zulmira fugiu para um lar de mães solteiras com duas filhas pequenas.
resumindo uma vida de sobressaltos, senão o post nunca mais acaba e já são horas de me deitar, a dona zulmira criou as filhas limpando casas, escadas, escritórios, condomínios. reconhece-se ela mesma como viciada em trabalho, e justifica ter deixado muitas vezes as crianças, pequenas, sozinhas em casa, para ir trabalhar. sofre também de uma doença crónica, este cinco reis de gente, que lhe consome as extremidades dos ossos. sustenta hoje em dia, as duas filhas e ainda uma neta, que como todos sabemos, as histórias repetem-se dentro das famílias, e também a filha, a tal que ela entregou a são josé, teve uma filha, ainda adolescente.
veio então o santo trazer paz àquela família. seja por força da fé, seja coincidência, seja o cansaço das disputas, o sem sentido de tanta pancada e insultos trocados, a dona zulmira tem tido paz.
falta dizer a seu favor, que a senhora tem um conhecimento imenso sobre religião católica, politica nacional e internacional e futebol clube do porto. já agora, que ninguém aponte o dedo ao papo, ao pinto da costa, nem ao sócrates.
        








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