o meu coração tem unhas e é de manhã que arranha dentro do peito. sinto-o e ouço-o cansado de mim, da minha maneira impossível de querer, da vida que trago amarrada a invisíveis e intocáveis, do corpo alheado de outro corpo.
sinto-o a raspar nas costelas e é nessa altura que olho para dentro. então, reúno todas as palavras que injustificam esta forma de não ser, e obrigo-me a ler vezes sem conta, como uma criança obrigada a escrever a tabuada, para que a decore. e não decoro, nem as palavras, nem o abandono.
tudo o que é visível e lógico diz-me que não. eu insisto que sim.
até eu me sobro. até eu me falto. e eu sei.
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