quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

vidas









há notícias que me deixam amachucada por dentro, e, às vezes, fico sem vontade nenhuma de escrever e acho-me ridícula por não me sentir estupidamente feliz com a vida que tenho, com os recursos que me são disponibilizados, mesmo que funcionem mal, posso sempre discutir, fazer barulho, virar a mesa, sei lá.

esta semana fiquei atadinha de todo, porque uma menina de dez anos detonou o cinto de explosivos que trazia amarrado ao corpo. dez anos. num país no norte de áfrica, não muito longe daqui. e ela é só uma no meio de tantas crianças. então eu nem imagino a vida destas meninas e meninos até ao momento de detonar os cintos, e nem imagino o coração daquelas gentes do boko haram, não lhe deve dar coices no peito como o meu, nem disparar a bater enquanto correm a maratona sentados, como eu.

fico com dores no corpo, o meu coração, coitado, nem é bom falar, e eu toda geladinha por dentro. mas eu quero continuar a acreditar nisto: 














14 comentários:

  1. E enquanto houver quem acredite, eu acredito que sim, que há salvação.

    ResponderEliminar
  2. enquanto houverem pessoas como tu, ana.

    ResponderEliminar
  3. acho que sim, Luisa, espero que sim.

    ResponderEliminar
  4. eu, menina bonita? não faço nada...

    beijo em ti e no teu violino :)

    ResponderEliminar
  5. é tão difícil, às vezes, Laura...

    ResponderEliminar
  6. Cada vez menos acredito na humanidade, no amor. Se é que há diferença. Pensando bem talvez não haja.
    Boa noite, ana

    ResponderEliminar
  7. Este nosso pequeno grande mundo não pára de nos surpreender...
    Mas há que acreditar sim, sempre :)

    ResponderEliminar
  8. Por vezes, é tão difícil saber o efeito que temos sobre os outros, ana, e, por isso, tão angustiante.:)

    ResponderEliminar
  9. às vezes perco a esperança e fecho-me no meu mundo irreal, deixo de acreditar na humanidade, perco depois a razão, a vontade, o amor... pelos outros, por mim, perde-se tudo, como se o mar estivesse solto e levasse tudo. E por isso depois volto aqui, onde encontro os fragmentos disso tudo novamente unidos. tu colas o amor partido, a humanidade, juntas a esperança ao fermento e ela leveda todos os dias... tu escreves milagres... que depois distribuis como abraços e eu sou-te muito grato por isso...

    ResponderEliminar
  10. quando deixamos de acreditar numa coisa, Olvido, o oposto ganha força...

    ResponderEliminar
  11. sim, Maria, e acreditar torna possível :)

    ResponderEliminar
  12. será o reflexo dos dos teus actos, deepLuisa, salvo raras excepções... :)

    ResponderEliminar
  13. Hury, só vês aqui o que tu és e fazes.

    (muito, muito obrigada, fazes com que valha a pena)

    ResponderEliminar