quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

dez minutos








em dez minutos, a mulher, que conheço de vista e de quem nem sei o nome, com um saco pesado em cada mão, contou, de pé, ao lado da mesa onde eu tomava uma espécie de café, um casamento de onde nasceu uma filha que ela jurou que depois dessa, nunca mais outro, passados oito anos outro filho do marido com quem já não tinha ligação afectiva e depois do menino nascer, nem física, o divórcio, passado um ano um segundo casamento e outro filho porque a sogra lho pediu, o homem que é muito trabalhador e com a crise teve que ir para o mar e agora trabalha no brasil e só vem a casa de seis em seis meses, do ordenado em atraso, da falta que lhe faz para criar os filhos, da rebeldia do filho mais novo e da doçura do do meio, da viagem que vai fazer ao brasil por 700 euros, da depressão com que estava a ficar por não sair de casa, e de como preferia que o marido fosse para a alemanha, sempre era mais perto, da neta que nasceu oito anos passados do filho mais novo e da neta que está para nascer.

ufa...








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