terça-feira, 24 de janeiro de 2017

plof!


















a mulher virou as costas a resmungar. as pessoas não percebiam nada de milagres. só se tropeçassem no fim de um arco-iris e dessem com a cabeça, no fundo do pote das moedas de ouro, é que iriam ver um. 
então ela seguia pela margem do rio fora, encantada com as flores, com a correnteza do rio, que se despejava todo no mar sem nunca secar as fontes, e chegava lá e tornava-se salgado. até o seu corpo ela achava um milagre. o que as mãos faziam, até onde as pernas a levavam, as horas a fio que os seus pés suportavam o seu peso, o coração que tentava falar com ela apesar de tudo.

um dia hei-de ler-vos uma história, disse-lhes ela.

é que se as pessoas acreditassem mais em milagres, eles aconteciam mais. plof! porque elas estariam predispostas para vê-los. 










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