a mulher chegava a duvidar se vivia. esquecia-se. esquecia compromissos, marcações, nomes, caras. esquecia sofrimentos, alegrias, amores, desilusões. não sabia para onde ia tudo aquilo que esquecia. não sabia onde estava quando esquecia. a mulher também não pensava no futuro. não fazia planos, não ambicionava, não descontava para a reforma, não pensava na velhice nem na solidão. do presente sabia o que o corpo lhe dizia, o cansaço, o sono, a alegria, o frio, os olhos postos no mar, a vontade cada vez mais ténue.
e depois havia ele, ele, que ela não conhecia, ele, que ela não queria esquecer, ele que era o espelho da sua vida, sem passado, sem futuro, só o olhar liquido do mar, a leveza do vento, as sensações do corpo, a impermanência de tudo.
nã saber para onde vai aquilo que esquecemos... nunca pensei nisso, mas nã te preocupes, acredito que as memórias importantes são como as aves migradoras :) elas voltam
ResponderEliminarCada vez mais desenvolvo essa, a meu ver capacidade, de me esquecer.
ResponderEliminarSe calhar é surdez selectiva.
Preciso. Mesmo.
tens uma forma de estar apaixonada que é, simplesmente, absoluta (impossível, até para uma pedra quase imóvel, como eu, não derreter :)
ResponderEliminarachas? corre-se o risco de apanhar com uma memória na cara, quando menos se conta?...
ResponderEliminarestá sol, Hurican...tem algum jeito, isto?
em doses moderadas, é muito bom conta corrente...:)
ResponderEliminarbom dia!
alex dear, não estou apaixonada. deus me salve e guarde :)
ResponderEliminarsim... acho possível, já engoli uma acidentalmente...
ResponderEliminarpensei que ias mandar algo doce para em troca te enviar chuva... ainda estou à espera :)
e custou-te a engolir? engasgaste-te?
ResponderEliminardoce, doce...hmmm... vou pensar...
claro que nã, estava de boca escancarada e foi tão rápida que nem me dei conta...
ResponderEliminarjá me tem calhado ficar engasgada com memórias... tiveste sorte, pode-se até sufocar...
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