sexta-feira, 21 de outubro de 2016

amanhece










um​ pássaro lá fora solta trinados que demonstram que ser livre vem de dentro.
as badaladas do sino anunciam os 45 minutos e de vez em quando os pneus de um carro resmungam a rotina dos dias.

tenho um dia parecido a tantos outros pela frente.

por vezes assola-​me o medo da pergunta 'o que fizeste da tua vida?' e eu vou encavalitando respostas de ​'​tem que ser​', ​de que​ '​o barco é pesado',​ de que 'se não sou eu quem será?',​ p​ara justificar todas estas horas gastas,​ assim​,​ repetidamente.

aqui, à hora em que o sol ainda não nasceu, estou eu a escrever só com a ponta do dedo​,​ num ecrã de telemóvel, com um ramo de margaridas brancas à minha frente.

a vida está na ave que canta enquanto o dia não nasce. tivesse eu a habilidade para fazer da minha vida um canto parecido.











4 comentários:

  1. ainda agora pensava algo idêntico... mas no meu caso, mesmo pensar é um desperdício...

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  2. não estás nada. ela só mergulhou mais no fundo de ti.

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