quarta-feira, 21 de setembro de 2016

nem título tenho para este post












o meu corpo arrefece, os pés pedem meias, e os braços, casacos. e pesa, de repente parece que me empurram para o chão. o coração acelera e vem-me um cansaço sem razão. só depois é que me apercebo que estou triste, ou talvez tenha medo. posso até sentir tão juntas as duas emoções, que não saiba distinguir uma da outra, ou tenham vindo juntas, ou ainda, o medo me tenha provocado tristeza. com o burburinho dentro do peito, tento perceber, não só a incongruência do que me aconteceu, e que escapa ao meu controlo, mas procuro também a razão, porque o meu corpo reage antes que eu me aperceba do que sinto, e não entendendo como não consigo evitar, a tristeza que me assalta.

dizia eu ontem, que para mim, a espiritualidade de alguém vê-se quando aplicada nas rotinas e atropelos dos dias comuns. como sempre, o que digo, faz-me a cama onde me vou deitar, ou, por outro lado, prepara-me o caminho que tenho que percorrer.










4 comentários:

  1. "O chão reproduz
    do mar
    o chão reproduz para o mar
    o chão reproduz
    com o mar

    O chão pare a árvore
    pare o passarinho
    pare a
    rã - o chão
    pare com a rã
    o chão pare de rãs
    e de passarinhos
    o chão pare
    do mar
    (...)

    O homem
    se incrusta de árvore
    na pedra
    do mar."
    Manoel de Barros

    ana, tem um ano muito feliz

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  2. obrigada. que assim seja, Teresa, para ti também :)

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