segunda-feira, 8 de agosto de 2016

soltas












hoje, o sol por detrás do fumo, esteve vermelho, ao olhar, claro. a lua, neste momento também está vermelha. 

sentada, aqui no lugar do costume, sinto uma ligeira brisa passar por mim e o aroma das flores que tenho na varanda, cujo nome nunca me lembro. é a paz. leio as dezenas de mortos espalhados em atentados por esse mundo fora, esses que já não valorizamos, porque afinal de contas, são notícias de todos os dias, e, sento-me aqui quietinha e sei que tenho, abrigo, comida, agasalho e trabalho. trago comigo memórias de vidas vividas em guerras, memórias reflectidas em satisfazer-me com este pouco, memórias visíveis a quem vê com olhos sem ser de ver.

um nome. um título. o íntimo de mim. uma dor no estômago, e os avisos 'tens que ter cuidado com o teu plexo solar'. eu sei. 

trago as vidas coladas à pele e a sensação de que está tudo ao contrário, quando sei que não há contrário nem conforme, tenho as memórias fora de tempo.












8 comentários:

  1. "fora de tempo" lembra-me sempre a música do Represas https://www.youtube.com/watch?v=0cquOVmrmhc que também fala no mau tempo:)
    bom dia maresia :)

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  2. bom dia Manuel :)
    só cheira a fumo. não há maresia...
    obrigada pelo Represas, vou ficar a ouvir :)

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  3. só fumo por todo o lado...
    eu tenho o rio aqui ao lado :)

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  4. podes ter fora de tempo, mas são tão belas, as tuas memórias...

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  5. tens rio, tens mar, vento e palavras... és uma sortuda :)

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  6. pois sou, e tenho-te a ti, aqui :)

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