já do pai, isabel lembra do seu abraço, mas um abraço que ela mesmo construía. encostava-se a ele, no sofá, levantava-lhe o braço, e colocava-o por cima dos ombros dela. ele gostava, derretia-se todo, mas era ela que fazia aquele abraço.
mas aquela mãe é a sua fortaleza. e foi a do seu pai, enquanto ele viveu. aquela mãe traz a força dentro dela, e isabel traz gravada na memória a imagem da mãe, batendo no peito do pai, debilitado de uma queda, dizendo, 'zé, a força vem daqui, é daqui!', e ele acenava que sim.
isabel sabe que a força não vem só dali de dentro, mas quando a mãe chega, com as dores da mesma cor que as alegrias, isabel sente mais leve o peso do mundo.
esta manhã, sentadas no café, ouvia eu a conversa delas, sempre entre risos, como se a vida lhes fosse sempre a favor, dizia a mãe a isabel que a acompanharia às compras para a ajudar com o peso dos sacos. 'pode vir, disse-lhe isabel, mas não vai trazer os sacos, só a sua companhia aligeira-me o peso'. a mãe soltou uma gargalhada, e pareceu-me um palavrão, e mandou-a ir sózinha. nos olhos de isabel pareceu-me ver uma lágrima, talvez de gratidão e de verdade nas palavras que tinha dito, também ela tão parca em manifestações de carinho.
aquela mãe deve ter um bocadinho de outras tantas...
ResponderEliminaracho que somos todas bocadinhos de umas das outras...
ResponderEliminarNem todos somos iguais na forma de sentir e de expressar o que sentimos :)
ResponderEliminarFelizmente....
ResponderEliminarBeijinho:)