percorro a marginal em busca de vitalidade nas ondas do mar, mas as águas estão calmas e o azul, para variar, marinho. também o céu está monocromático, de um azul, hoje, celeste. como tu gostas, mas eu não. o relvado em frente a casa estava todo polvilhado de florinhas brancas, rasteiras, e, assim que eu disse 'tomara que não venham as máquinas de cortar a relva" chegou-me o barulho perfumado da erva em gritos a ser cortada. também o relvado ficou de um verde erva.
parece que as cores estão todas no seu lugar, o azul celeste, o azul marinho e o verde erva. monocromáticas, as cores, sem sinais de vida, não fosse o vento agitar algumas folhas das árvores, onde se abriga a passarada, aqui mesmo em frente à varanda.
o meu corpo tem sede de água do mar, de salpicos das ondas, de sol na pele e de vento leste. já a minha alma, está monocromática, também.
chego a casa, coloco cebolas de molho, descalço os sapatos, espalho sacos pelo chão da cozinha, sento-me a escrever, como todos os outros dias, mas dentro do peito, é assim como se agitassem as correntes que anunciam alteração das marés. tu sabes? depois, fecham-se as barras e os portos para não pôr em risco a navegação. mas há sempre aqueles que são apanhados em alto mar, pois há...
As cores todas no seu lugar, os odores (maresia e relva cortada) a pulverizar o ar e uma alma habitando dois tempos...
ResponderEliminarBoa tarde, Ana. :)
um pé cá, outro lá :)
ResponderEliminarobrigada, imPontual :)
ser apanhado... como um peixe vivo e reluzente, eu queria ser.
ResponderEliminarisso és tu que estás habituado às marés...tens guelras?
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