domingo, 10 de abril de 2016

domingo
















a mulher carrega oceanos dentro dela. percebe-o quem sabe ler no fundo dos olhares, quando se perdem em infinitos vazios.
não é fácil caminhar com os pés na terra e o resto do corpo naquele balouçar, por dentro, a alma naquele esvoaçar de vento, os sentimentos perdidos de inebriados de cor, diferente a todo o momento.
quando o tempo se amansa em domingo, ela deita-se em frente à janela e olha as nuvens naquela mudança marítima, e fica, quieta, identificando os sons do silêncio, tenta aprender a harmonia dos elementos.
tenta aprender a vida, por dentro.














10 comentários:

  1. Também tenho em mim tantos oceanos...
    Que texto, ana! :)

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  2. ah... oceanos reais :)
    obrigada, Alteza...

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  3. Andam sempre comigo, mas não sei se são reais... :)

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  4. reais da realiza da realidade ... :)

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  5. "Sabes, leitor, que estamos ambos na mesma página
    E aproveito o facto de teres chegado agora
    Para te explicar como vejo o crescer de uma magnólia.
    A magnólia cresce na terra que pisas — podes pensar
    Que te digo alguma coisa não necessária, mas podia ter-te dito, acredita
    Que a magnólia te cresce como um livro entre as mãos. Ou melhor,
    Que a magnólia — e essa é a verdade — cresce sempre
    Apesar de nós.
    Esta raiz para a palavra que ela lançou no poema
    Pode bem significar que no ramo que ficar desse lado
    A flor que se abrir é já um pouco de ti.
    E a flor que te estendo,
    Mesmo que a recuses
    Nunca a poderei conhecer, nem jamais, por muito que a ame,
    A colherei.

    A magnólia estende contra a minha escrita a tua sombra
    E eu toco na sombra da magnólia como se pegasse na tua mão"

    Daniel Faria / Do ciclo das intempéries

    Um beijinho querida Ana

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  6. E eu toco no rasto das palavras como se pegasse na tua mão.

    obrigada, Miss :)

    beijinho, neste dia fantástico de sol, chuva, vento, ondas, frio, trovoada...

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