não tenho tido tempo para escrever.
tenho permitido ser sobrecarregada de tarefas que não me deixam espaço para o que gosto. mas, digo eu, que tem que ser assim, que o barco é pesado, e é, mas no fundo, o tal barco são contas para pagar. contas. um carrocel de onde não saio porque não pára, e, para sair, teria que saltar em andamento e poderia magoar-me, embora cá fora tenha estradas abertas por onde caminhar, por onde, embora magoada, poderei ir sarando feridas, reconstruindo dias, alimentando vida, a minha.
mas agora tem sido assim, num medir forças em que eu sei, não sairei vencedora. o corpo queixa-se, manifesta-se, faz greve e ele lá de cima não vai permitir eternamente este desperdício de ser quem eu sou de verdade.
deste lugar onde me sento, vejo o céu azul, as aves, as árvores, o rio, numa imagem tantas vezes enviada, a ti, como se a vida toda coubesse num saltitar de um pardal, e com isso me enganasse a mim mesma, se tal fosse possível.
e de noite, tu sabes, de noite, quando, tão cedo que só a ti te digo, e te falo da vontade dos meus olhos, eles descem as pálpebras num murmúrio de 'estou farta'.
gostaria de ter coragem de dizer que não. não faço. não quero mais. não compensa. mas é tão mais fácil acomodar ao menos bom do que fazer revoluções e mudar a forma de viver.
e hoje, escrevo isto a correr, sem reler, porque a vida fora de mim chama-me, enquanto a outra, aqui dentro do peito é adiada, sempre adiada.
um arrepio, ana, talvez frio
ResponderEliminartalvez chama
Que a noite te traga tranquilidade para releres este texto, tão bonito.
Obrigada
Há alturas mais complicadas. Há dias longos, que queremos que passem rápido. Deixo-te um beijo ana da minúscula :)
ResponderEliminarQuerida Ana, o que é adiado, não fica esquecido. Melhores dias virão. Resiste. Continua a olhar para as árvores, para o mar, para os pardalinhos. O que tens dentro de ti continua a crescer devagar e em silêncio. Tudo continua a ser colhido e abraçado por um sopro invisível.
ResponderEliminarUm abraço apertado :)
Ana, é tão grande o que tens aí dentro.
ResponderEliminarNão o percas nunca!
Comigo acontece o mesmo, ana. Sinto que não tenho tempo para fazer as coisas de que gosto, inclusive escrever. O quotidiano tem sido pesado, cada vez mais. Melhores dias virão, esperemos!
ResponderEliminarApesar de tudo, Feliz Primavera! Beijo
mesmo com adiamentos, é bonito :)
ResponderEliminarobrigada Teresa, és muito generosa :)
ResponderEliminarum bom dia para ti, nesse paraíso que tu crias.
beijo
adoro as tuas minúsculas, vizinha :)
ResponderEliminarobrigada!
beijinho*
oh Miss, só tu para me envolveres com esse manto morno de possibilidades boas :)
ResponderEliminarobrigada!
tem um dia luminoso com todas as cores no céu. beijinho*
Laura, fico sem palavras para ti...
ResponderEliminarobrigada :)
às vezes precisamos mudar... digo eu, deep, que também me faltam as forças para isso...
ResponderEliminarbeijo :)
Manuel, Manuel, Manuel... são os teus olhos sedentos de mar que vêem beleza onde ela não está...
ResponderEliminarse calhar preciso de usar óculos... :)
ResponderEliminarbom dia Maresia, bom dia...
és uma ternura, Manuel :)
ResponderEliminartem um dia muito bom coca-cola light man :)