encontro-me, no tão desejado domingo, e, finalmente em casa, a pensar no correr dos dias e no queimar do tempo de vida, em rotinas e obrigações, sendo poucas, tão poucas as ocasiões em que me aproveito.
são cada vez mais frequentes as vezes em que peço perdão a mim mesma pelo desperdício, de tudo, que não vou agora aqui enumerar as vontades postas de lado, os medos que me impedem, o acomodar a lodos macios, embora traiçoeiros e fedorentos.
pergunto-me o que me poderia pôr mais em paz comigo e com a vida que me foi ofertada. pergunto-me o que me propus vir fazer a esta encarnação. peço-me, mais uma vez, que faça com que valha a pena.
enquanto isso, deparo-me com uma vida que construí e que me consome, em trabalho para pagar contas, em pessoas pelas quais me sinto responsável, mas talvez até nem seja. os tais acordos de vida, que podem ser quebrados a qualquer instante e que não quebro.
olho para a varanda, do meu lado direito, e vejo os pardais, as violetas sempre em flor, as mantas no sofá, a lareira com cinzas da véspera, o céu cinzento e a capela. lá dentro os rapazes dormem. o silêncio impôs-se há uns tempos para cá, e deixei de suportar a música. não há dúvida que a vida está bem maquilhada, mas à noite, quando lhe lavo a cara, nota-se a pele gasta e a nostalgia nos traços.
é segunda-feira, o meu corpo não quer de forma alguma sair da cama, mas eu forço-o. sento-me, dobro as costas de forma a encostar a cabeça no colchão, e as costas estalam. bebo água, alimento-me, escrevo o artigo que me pediram na sexta-feira. e recomeço.
se tu estivesses aqui poderia partilhar contigo as minhas dúvidas e as tuas certezas.
A vida nem todos os dias nos sorr quando o faz alegra os nossos dias mas quando não, tudo pomos em causa. Há dias....
ResponderEliminaré verdade Maria. venham os dias :)
ResponderEliminarboa segunda!
Penso muito nesse "desperdício" de tempo. Em não o recuperar, quando mais dele precisar.
ResponderEliminarRevi-me em parte do teu texto.
Beijinho e um bom começo de semana (sei que custa tanto, as 2ºf) :)
como diz o povo - quem andou, já não tem para andar - e se andaste mal... olha, já foste. não tivesses andado... ahahaha... eu sou muito boa a animar :)
ResponderEliminarbeijinho vizinha, carpe diem :)
um beijo, Ana, com desejo que esse tempo valha a pena.
ResponderEliminarvale sempre, às vezes o que custa é quebrar o ciclo...
obrigada Laura :)
ResponderEliminarvale sempre, nem que seja para ganhar lanço...
beijo
As palavras que estão cá dentro, mas que não consegui ordenar desta forma: «pergunto-me o que me poderia pôr mais em paz comigo e com a vida que me foi ofertada. pergunto-me o que me propus vir fazer a esta encarnação. peço-me, mais uma vez, que faça com que valha a pena.
ResponderEliminarenquanto isso, deparo-me com uma vida que construí e que me consome, em trabalho para pagar contas, em pessoas pelas quais me sinto responsável, mas talvez até nem seja. os tais acordos de vida, que podem ser quebrados a qualquer instante e que não quebro.»
Obrigada, ana. :)
Boa semana. Beijo
deep, obrigada pelo comentário. faz com que valha a pena escrever, aqui...
ResponderEliminarboa semana!
beijo*
tenho tido dúvidas semelhantes...
ResponderEliminarTrovisco, sossega o teu coração :)
ResponderEliminarQuerida Ana, é reconfortante ler nas suas palavras o que me vai na alma.
ResponderEliminarUm beijinho
obrigada Miss, que seja, mesmo, reconfortante. assim espero.
ResponderEliminarbeijinho e boa terça!